Onde investir com a Selic a 6%?
- Deividi Guedes
- 12 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de mai. de 2020

Com a queda dos juros básicos para o menor patamar histórico, o reflexo nos investimentos é evidente e o investidor precisa estar ciente do quanto e como isso deve afetar suas escolhas.
A taxa Selic (taxa básica de juros da economia brasileira) é parâmetro também para as taxas aplicadas aos títulos de Renda Fixa, visto que tanto os títulos públicos federais (Tesouro Direto) quanto o CDI (Certificado de Depósitos Interbancários - referência para títulos privados) acompanham a Selic Over, que no fim das contas tende a ser 0,10% abaixo da Selic Meta, que hoje encontra-se em 6%. Ou seja, o parâmetro real para a Renda Fixa atualmente é de 5,9%.
Diante desse cenário, onde investir?
Primeiramente, se faz necessária a seguinte reflexão: se o dinheiro alocado em Renda Fixa rende menos, é natural que alguns investidores busquem outras alternativas, e a principal delas é a renda variável (e é justamente o movimento notado). Muito embora hajam ponderações, visto que renda variável tem características de risco elevadas em comparação à renda fixa - que não corre o risco de ter rendimento negativo, por exemplo -.
Até aqui tudo bem. É a lógica. É o que pensa a maioria. Eu poderia encerrar por aqui, mas proponho uma linha de raciocínio paralela, afim de mostrar que a Renda Fixa segue tendo sua importância e que uma carteira de investimentos bem balanceada PRECISA ter parte de sua alocação em liquidez diária, por exemplo. Para você que pensa que o "100% do CDI" só era bom quando a Selic plainava pelas nuvens no auge dos seus 14% ao ano, vou apresentar aqui um cálculo comparativo dessas 2 fases distintas da nossa querida taxa básica de juros: Segundo dados do Banco Central, de 30/07/15 até 31/08/16 a Selic Over era de 14,15%a.a. Até Fevereiro de 2016, centro do período citado, a inflação (IPCA) foi de mais de 10%a.a. Ao considerarmos 20% de Imposto de Renda (não há dedução da inflação para o cálculo do imposto), em uma aplicação que rendesse 100% do CDI para um ano, teríamos 11,32% de juros. Para chegarmos à taxa real precisamos, aí sim, deduzir a inflação, o que levaria o ganho real a 1,32%. Hoje, o mesmo título paga 5,9%. Ao fazer o mesmo cálculo, considerando a inflação atual em 3,22% (acumulado 12 meses) e deduzindo também o IR, chegaremos à taxa real de, pasmem, 1,50%.
Conclusão Os cálculos mudam o tempo todo. Não é porque a Selic nominalmente está baixa que a Renda Fixa precisa ser substituída. O foco do investidor precisa continuar sendo alocação em renda fixa para reserva de oportunidades e segurança. Investir com inteligência é ter paciência, identificar e aproveitar boas oportunidades. Nunca esqueça que risco é diretamente proporcional ao nível de conhecimento sobre o que se está investindo. Para quem ainda não investe na bolsa de valores, migrar parte do capital após ter reserva montada pode ser uma opção, desde que consciente.
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